A doença celíaca consiste numa patologia para toda a vida, na qual a ingestão de glúten, gliadina do trigo insolúvel em água, prolaminas do centeio e cevada provocam uma inflamação crônica, causando lesões na mucosa do intestino delgado. Os anticorpos anti Gliadina (AAG) são predominantemente das classes IgA e IgG e detectados no soro da maioria dos celíacos não tratados e também naqueles assintomáticos. Após a introdução da dieta isenta de glúten observa-se um declínio gradual de seus níveis séricos. Estudos mostram uma queda dos títulos dos anticorpos IgA após três meses de restrição de glúten, queda esta que se mantém, até que, com um ano de aderência ao tratamento, praticamente todos os títulos estão negativos, isto é, dentro dos parâmetros dos indivíduos normais. Entretanto, a determinação dos AAG é válida e de grande utilidade para selecionar os pacientes para a biópsia intestinal, nos quais se suspeita a presença de doença celíaca, assim como no seguimento dos pacientes celíacos em relação à adesão à dieta sem glúten. Títulos altos dos AAG também são encontrados em pacientes com enteropatias não-celíacas como, por exemplo, na alergia à proteína do leite de vaca, na síndrome pós-enterite, atualmente denominada diarréia persistente, e na doença de Crohn. Títulos positivos destes anticorpos também são relatados em outras doenças não do trato gastrointestinal como, por exemplo, na síndrome de Sjögren e na artrite reumatóide.